sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Bocage " Poeta do povo"


Manuel Maria Barbosa du Bocage

Bocage

Nascido em Setúbal às três horas da tarde de 15 de Setembro de 1765, falecido em Lisboa na manhã de 21 de Dezembro de 1805, filho do bacharel José Luís Soares de Barbosa, juiz de fora, ouvidor, e depois advogado, e de D. Mariana Joaquina Xavier l'Hedois Lustoff du Bocage.Teve cinco irmãos.

Apesar das numerosas biografias publicadas após a sua morte, boa parte da sua vida permanece um mistério. Não se sabe que estudos fez, embora se deduza da sua obra que estudou os clássicos e as mitologias grega e latina, que estudou também. A identificação das mulheres que amou é duvidosa e discutível.

A sua infância foi infeliz. O pai foi preso, quando ele tinha seis anos e permaneceu na cadeia seis anos. A sua mãe faleceu quando tinha dez anos. Possivelmente ferido por um amor não correspondido, assentou praça como voluntário em 22 de Setembro de 1781 e permaneceu no Exército até 15 de Setembro de 1783. Nessa data, foi admitido na Escola da Marinha Real, onde fez estudos regulares para guarda-marinha. No final do curso desertou, mas, ainda assim, aparece nomeado guarda-marinha por D. Maria I.

Nessa altura, já a sua fama de poeta e versejador corria por Lisboa. Consta-se que um dos lugares mais frequentados por Bocage era o café Nicola, certo dia vinha ele da boémia já noite cerrada e a policia perguntou “Quem vem lá?” logo ele respondeu “Sou o Bocage que venho do café Nicola e vou para o outro mundo se disparas essa pistola” São ditos do povo.

No dia 14 de Abril de 1786, embarcou como oficial de marinha para a Índia, na nau “Nossa Senhora da Vida, Santo António e Madalena”, prosseguir viagem para as Índias". Fez escala na Ilha de Moçambique (início de Setembro) e chegou à Índia em 28 de Outubro de 1786. Em Pangim, frequentou de novo estudos regulares de oficial de marinha. Foi depois colocado em Damão, mas desertou em 1789, embarcando para Macau. Foi preso pela inquisição, e na cadeia traduziu poetas franceses e latinos.

A década seguinte é a da sua maior produção literária e também o período de maior boémia e vida de aventuras.

Já Bocage não sou!
…À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento…
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.(…)

Foi convidado e aderiu à Academia das Belas Letras ou Nova Arcádia em 1790, onde adoptou o pseudónimo Elmano Sadino. Mas passado pouco tempo escrevia já ferozes sátiras contra os confrades.

Em 1791 foi publicada a 1.ª edição das “Rimas”.

Dominava então Lisboa o Intendente da Polícia Pina Manique que decidiu pôr ordem na cidade, tendo em 7 de Agosto de1797 dado ordem de prisão a Bocage por ser “desordenado nos costumes” até 14 de Novembro de 1798 . Durante este longo período de detenção, Bocage mudou o seu comportamento e começou a trabalhar seriamente como redactor e tradutor. Só saiu em liberdade no último dia de 1798. De 1799 a 1801 trabalhou sobretudo com Frei José Mariano da Conceição Veloso, um frade brasileiro, politicamente bem situado e nas boas graças de Pina Manique, que lhe deu muitos trabalhos para traduzir.

A partir de 1801, até à morte por aneurisma, viveu em casa por ele arrendada no Bairro Alto, naquela que é hoje o n.º 25 da Travessa André Valente.

A 15 de Setembro, data de nascimento do poeta, é feriado municipal em Setúbal.

Joaquim pereira

C.L.C. UC 7 9 de Outubro de 2008

Texto retirado de Wikipédia alterado por: Joaquim Pereira