quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O Meu Auto-retrato

O meu auto-retrato
De menino moço, magro, só pele e osso, cabelo russo espetado
Mais pareciam agulhas secas de pinheiro em dias de Janeiro.
Pequenino de pés descalços, sujos da terra que pisava mas ligeiros.

Numa fraga deitado o sol por mim a passar até a chegada da luz do luar.
Era eu ainda criança, filho de gente humilde, com muita esperança

Vim para a cidade. Cresci e estudei mas magro continuei.
Trabalhando, estudando e correndo o meu mundo fui alcançando.
Do namoro ao casamento foi em três tempos.
Logo depois num abrir e fechar de olhos fui pai de dois rebentos.

Pelo mundo correndo muitos troféus ganhei
Mas o maior de todos foi a amizade que eu dei e conquistei.
De menino de aldeia a homem da cidade cheguei.
Meu nome Joaquim árvore de fruta Pereira
E assim fiquei na rua que com o meu nome herdei.

Bigode farfalhudo e longas sobrancelhas já rugas tenho na pele pelo sol queimada.
Cansado e com alguns cabelos brancos ficaram os olhos verdes que na juventude era um encanto. Triste e feliz é o destino que eu tenho e a sabedoria que não tive em pequeno.

Joaquim Pereira
06 de Outubro de 2008
C.L.C. UC 7

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