segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Desafio ao Multiculturalismo

Comentário: Ao texto do Prof. Dr. Adriano Moreira
ao" Diário de Noticias"
Até ao dia 24 de Abril de 1974, Portugal sempre viveu uma época de imperialismo.
Isto deve-se ao facto dos nossos antepassados procurarem novas paragens por esse mundo desconhecido e, dentro da maneira de ser dos portugueses, fomos considerados um povo multiculturalista.
Nesta época todos os territórios colonizados (Angola, Moçambique, Índia, Cabo-Verde, São-Tomé e Príncipe, Guiné," povo Maubere de Timor e Chineses de Macau") viviam e conviviam pois tanto os Portugueses de Portugal como os portugueses destas colónias, tinham que pedir autorização para se deslocarem a qualquer outro país, ou colónia do domínio português. Isto deve-se ao Fascismo, onde o professor Adriano Moreira foi Ministro do Ultramar.
Em alguns destes territórios, existiam guerras fomentadas por alguns países, que então em meados do século XX tinham inveja de um país tão pequenino como o nosso ainda dominar uma grande parte do mundo. Também a Espanha vivia a era do Franquismo, derivado a estes dois regimes, era difícil a entrada de imigrantes de outros países, porque havia um forte controle nas fronteiras.

Já a França que depois de uma guerra inútil na Argélia, acabou por dar a independência e muitos argelinos então considerados franceses de origem argelina, vieram para França, assim como os Portugueses e Espanhóis, que fugiam uns para não irem a guerra, outros à procura de melhores condições de vida. A Inglaterra por sua vez já tinha gente vinda da Índia e do Paquistão.

Com a queda do fascismo em 1974 Portugal deu a independência aos territórios de África e muita gente que vivia lá como portugueses não sentiram segurança, e regressaram a Portugal. País que muitos não conheciam, (brancos, negros, mestiços, indianos de origem moçambicana) e assim Portugal tornou-se um país multicultural.

Com a queda do franquismo em 1976, tanto Portugal como a Espanha seguem uma linha democrata e aderem à União Europeia em 1986, com a abertura das fronteiras, e com fim do regime comunista no leste europeu, deu-se uma invasão de imigrantes, vindo de todos os cantos do mundo, sem que as autoridades tivessem um controle, alguns até com cadastro policial, vieram trabalhar nos grandes empreendimentos que Portugal estava a realizar. (Expo 98, estádios para o Europeu de Futebol, assim como novas vias de acesso às cidades).

Mas um dos maiores problemas foi a falta de integração dessas comunidades principalmente as Africanas e as de etnia cigana, na sua maioria pessoas analfabetas, e sem falarem o português, o que as leva a ter problemas na integração da sociedade.

Já os imigrantes vindos dos países do leste são integrados com muita facilidade assim como a comunidade brasileira que não pára de chegar ao nosso país.

Nos últimos anos com a vinda de chineses, está-se a criar mais uma comunidade, e essa aumenta de dia para dia, sem darmos conta.

No momento em que existe uma crise económica é preciso que a União Europeia estude medidas, para que não venham a acontecer distúrbios como aqueles que recentemente aconteceram em França.

Aqui o professor Adriano Moreira tem razão, quando fala num debate europeu, a fim de se arranjarem soluções como: fazer leis que protejam os imigrantes que estão cá e existência de maior vigilância policial, para evitar a entrada de mais clandestinos.

Os nossos governantes nos últimos anos têm feito muito para a integração dos imigrantes desde habitação com o mínimo de condições que muitos acabam por destrui-las, como é o caso da etnia cigana que não sabe viver em comunidade, chegando mesmo haver confrontos com outras raças, muitos desses confrotos são por causa da venda de droga, um mal que veio do século XX e continua no século XXI. O outro problema é as guerras como a que aconteceu nos Balcãs, e agora em alguns países africanos, que levam à deslocação de milhares de pessoas para outros países e que muitas vezes já não votam ao país de origem, e passado algum tempo, acaba por haver confrontos multirraciais que chegam por vezes a guerras fundamentalistas e religiosas.

É este o mundo em que vivemos. Por mais que queiramos fazer, nunca vai haver paz, o desemprego e a má distribuição da riqueza, fazem com que as segundas gerações dos imigrantes nunca sintam integrados com segurança na sociedade, por isso vão sempre existir conflitos raciais.

Joaquim Pereira
C.P. U.C. 4 Novembro 2008

Sem comentários: